A recuperação judicial é um processo que antecede e impede a falência. Quando um negócio não consegue mais honrar seus compromissos, como os pagamentos de fornecedores e funcionários, ele pode solicitar a adesão a essa etapa.
A empresa, então, deve apresentar um plano de recuperação que preveja como será o pagamento das dívidas. Caso o planejamento receba a aprovação do conselho de credores, o estabelecimento poderá operar normalmente, desde que obedeça às condições previamente acordadas.
Embora chegar nesse ponto não seja desejável para nenhum empreendedor, a recuperação judicial tem grandes benefícios para os empreendimentos. A seguir, conheça quais são as principais vantagens.
1. A suspensão das ações vigentes diminui a pressão sobre a gestão
Imagine um negócio familiar que, com uma crise econômica, passou a ter dificuldades para cumprir todos os seus compromissos. Com o tempo, as dívidas se acumularam e se transformaram em processos de vários tipos — inclusive, trabalhistas. Por causa da execução das ações, a gestão precisa direcionar a atenção para resolver os impasses.
Quando a recuperação é colocada em prática, todas as ações são congeladas. Ou seja, diante do aceite do plano de quitação das dívidas, os credores não podem dar prosseguimento aos processos para obter o pagamento imediato. Eventualmente, isso retira uma parte significativa da pressão sobre a gestão, de modo a contribuir com a continuidade do negócio em outros aspectos.
2. A empresa ganha sobrevida no mercado
O empreendimento só permanece a caminhar porque a recuperação judicial garante um fôlego extra para o estabelecimento. Sem recorrer a essa possibilidade, a falência é a única alternativa. Não utilizar o instrumento jurídico, portanto, leva ao encerramento definitivo das atividades.
Contudo, a negociação de condições estendidas de pagamento e a inexistência de ações de execução contribuem para garantir a continuidade no mercado. Com a sobrevida o estabelecimento tem a chance de se recuperar dos abalos econômicos e crescer novamente. Uma vez que as dívidas sejam quitadas, o empreendimento poderá voltar a operar como sempre.
3. O pagamento dos débitos ocorre de forma diluída e mais barata
Uma empresa que recorre à recuperação judicial não tem nenhum outro caminho, já que ele é a última alternativa antes da falência. Portanto, é impossível que o negócio consiga pagar todas as dívidas de uma vez.
Os credores reconhecem o cenário e, diante de um plano de recuperação viável e bem estruturado, tendem a oferecer condições diferenciadas. O pagamento dos débitos, então, ocorre de forma diluída e com prazos maiores.
Além de tudo, é comum que haja o deságio, ou seja, os descontos ou até a não incidência de juros e multiplicadores. Isso torna as dívidas mais baratas e palatáveis, o que contribui para o cumprimento do plano de recuperação.
4. A atuação responsável gerada pela recuperação judicial traz efeitos no futuro
Quando o empreendimento obedece ao plano de pagamento à risca, ele ganha novamente a autonomia de atividade. Contudo, a responsabilidade fiscal e econômica que é exigida no processo gera um aprendizado fundamental para a gestão financeira.
Por meio do controle estruturado das contas, pelo acompanhamento de ganhos e gastos e pelo cumprimento de prazos, a empresa se torna preparada para não repetir os erros iniciais. Não apenas ajuda a evitar que a recuperação judicial tenha que ocorrer novamente, como traz a possibilidade de o estabelecimento se destacar dos demais. Quando é bem-sucedida, portanto, a etapa pode servir para melhorar a atuação empresarial.
A recuperação judicial é um processo que deve ser evitado, mas que, ao ser executado, é benéfico para as empresas. Com esse fôlego extra, o negócio tem a chance de se manter e até de voltar a crescer após o período de adversidade.
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